VISITAÇÃO
O Parque Arqueológico funciona de terça-feira a domingo, das
09:00h às 16:00h.
As visitas são permitidas mediante
o acompanhamento de monitor (R$ 30,00 por grupo) e o
pagamento de ingresso (R$ 15,00 por pessoa). Os recursos são
utilizados para conservação e melhoramento da
infraestrutura.
As visitas devem ser agendadas com
José Marcos pelo telefone 35 –3325 –1006 ou com Evaristo,
pelo telefone 35 – 98422-9623
CUIDADOS DURANTE A VISITAÇÃO
Ao visitar o Parque lembre-se que o respeito à natureza e ao
patrimônio arqueológico é o mais importante. Colabore com a
preservação desses valores, respeitando suas normas de
visitação.
Para sua maior segurança e tranquilidade, observe os
seguintes cuidados:
· Ande somente pelas trilhas.
· Evite andar desacompanhado e não deixe as crianças
sozinhas.
· Procure orientação de guias credenciados pelo NPA.
· Use roupas e calçados adequados.
· Não faça fogo.
· Recolha seu lixo e deposite-o nos locais a ele destinados.
· Respeite as plantas e os animais.
· Não toque as pinturas.
· Não faça pichações.
· Não tire fotografias das pinturas utilizando flash.
A CRIAÇÃO DO PARQUE
ARQUEOLÓGICO DA SERRA DE SANTO ANTÔNIO
Com trabalho sério e persistente, os membros do NPA
inicialmente vistos como loucos e sonhadores gradualmente
conseguiram o respeito da comunidade, que começou a se
envolver no esforço pela preservação da Serra de Santo
Antônio. No imaginário coletivo, as pinturas rupestres já
não eram uma bobagem feita por algum caçador no passado
recente: elas passaram a ser entendidas como registros
gráficos milenares de povos desaparecidos. E que, pela sua
importância, constituíam o principal patrimônio cultural de
Andrelândia.
Assim, quando em 1994 o NPA lançou a campanha de arrecadação
de fundos para a compra do terreno onde seria criado o
Parque Arqueológico, a adesão da população foi maciça. Mais
de 10% da população do município ou aproximadamente 1.500
colaboradores em 14.000 habitantes participaram
diretamente das atividades, um índice difícil de ser
igualado. Shows, camisetas, adesivos, doações de membros do
NPA e de colaboradores, exposições, gincanas, campanhas e
similares ajudaram a mobilizar a população e a reforçar a
sua auto-estima.
Isto viabilizou as primeiras e mais essenciais providências
para a criação do parque, incluindo a compra da área de 12
hectares junto às pinturas rupestres. A área, apesar de
pequena, é belíssima e deslumbra a todos os visitantes. Nela
estão combinados diferentes ecossistemas, incluindo mata
atlântica, cerrado, campo de altitude, cavernas e brejos.
Após a compra foram implantadas as medidas mínimas
indispensáveis para a operação provisória do parque e para a
recuperação ambiental, como reflorestamento, estrada, ponte,
cercas, trilhas, sinalização, construção de uma recepção
simples, treinamento de guias etc... Tudo isto, incluindo a
compra do terreno, foi feito com recursos que não chegaram a
R$ 20.000,00. Este aparente milagre pôde ser realizado
graças ao apoio da população, de autoridades e do comércio
local.
LOCALIZAÇÃO
O Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio está situado
na serra de mesmo nome, localizada no município de
Andrelândia, Sul de Minas Gerais, e tem sua posição
determinada pelas coordenadas geográficas 21º, 47’ 25’’ S e
44º, 19’, 34’’ W.
Sua área é de aproximadamente 12,00 ha. (doze hectares), com
altitudes variando entre 1.000 e 1.200m.
A estrada de acesso ao Parque não é pavimentada e o último
quilômetro compreende um aclive bastante acentuado, mas que
é facilmente superado por carros com tração 4x4 ou tração
traseira.
AS PINTURAS RUPESTRES DA
SERRA DE SANTO ANTÔNIO
No sítio arqueológico Toca do Índio, situado na Serra de
Santo Antônio (Andrelândia-MG) está o mais espetacular
conjunto de pinturas rupestres conhecido no Sul de Minas
Gerais. São mais de 500 figuras geométricas e zoomorfas,
dispostas ao longo de cerca de 50 metros de um enorme
paredão rochoso, em um local abrigado da chuva e junto a uma
paisagem deslumbrante.
Estas pinturas foram as primeiras representantes conhecidas
da Tradição São Francisco no Sul de Minas Gerais
anteriormente esta tradição só era conhecida no Norte do
estado, junto ao Rio São Francisco e há evidências de
terem sido feitas em pelo menos três épocas diferentes. O
local tem ainda intrusões da pouco conhecida Tradição
Astronômica.
A datação direta de pinturas rupestres ainda é um grande
desafio para a Arqueologia em todo o mundo. No entanto, a
aplicação do método do Carbono-14 a outros vestígios
encontrados junto ao paredão das pinturas indicou mais de
3.000 anos de idade, o que reforça a importância do sítio. E
a interpretação do significado das pinturas é um desafio
ainda maior, pois a Arqueologia não dispõe de um mínimo de
informações para isto. Assim, podemos contemplar e admirar
as pinturas, mas estamos longe de compreendê-las.
As pinturas rupestres da Serra de Santo Antônio constituem o
mais importante patrimônio cultural e estamos considerando
aqui os patrimônios artístico, histórico e pré-histórico
de uma vasta área de Minas Gerais. E a Natureza, como que
ciente do seu valor, cuidou de conservá-las em estado
razoável por dezenas de séculos.
Infelizmente, em poucas décadas de visitação as pinturas
estavam sendo rapidamente destruídas. Fogueiras acesas pelos
visitantes enegreciam o paredão e os próprios registros
rupestres; a retirada de lembrancinhas ou seja, lascas do
paredão contendo pinturas causava destruição irremediável;
o desmatamento da vegetação contígua ao abrigo expunha as
pinturas ao sol. E ainda mais absurdo, alguns escreviam o
próprio nome sobre as pinturas.
Se nada fosse feito, em breve muito pouco restaria das
pinturas ou mesmo nada. Fazendo uma analogia, é como se as
imagens de Aleijadinho em Congonhas do Campo estivessem
abandonadas, à mercê dos visitantes e vândalos. Com um
agravante: se Aleijadinho e suas obras são bastante
conhecidos, as pinturas da Serra de Santo Antônio ainda
constituem um total enigma.
Era fundamental o desenvolvimento de um projeto de
preservação, para que as futuras gerações possam conhecer o
riquíssimo patrimônio cultural existente na Serra de Santo
Antônio. E que, dotadas de novos conhecimentos e recursos
tecnológicos, pudessem talvez até entendê-lo e
interpretá-lo.
Foram essas as razões que fizeram o NPA assumir a
responsabilidade de proteger o patrimônio arqueológico
local, salvando-o da destruição.
ASPECTO AMBIENTAL
A região de Andrelândia é de colonização antiga para os
padrões brasileiros. Os índios, que viviam aos milhares na
região em grandes aldeias, foram dizimados (provavelmente
durante o ciclo do ouro) a ponto de não se encontrarem
pessoas com traços fisionômicos indígenas e de haver poucos
vestígios de palavras de origem tupi-gurani na toponímia da
região.
O solo, ácido e com pouca matéria orgânica, e o clima seco,
não favorecem o crescimento rápido da vegetação.
A principal atividade econômica é a pecuária leiteira e a
queimada anual dos pastos é a prática de manejo usual.
Como resultado a região de possui um grande índice de
destruição de sua cobertura vegetal original.
Na região da Serra de Santo Antônio existem inúmeras
nascentes, abrigos rochosos e capoeiras (remanescentes de
Mata Atlântica) que servem de refúgio para animais
silvestres, de forma que a criação de uma Unidade de
Conservação com o objetivo de colocar a salvo esses valores
ambientais, inclusive para a promoção da indispensável
educação ambiental, seria fundamental.
FLORA
Segundo consta do Atlas para a Conservação da Biodiversidade
de Minas Gerais, da Fundação Biodiversitas (Belo Horizonte,
2005), a área onde se encontra situado o Parque Arqueológico
da Serra de Santo Antônio (Alto Rio Grande/Serra da
Mantiqueira) é considerada como prioritária para a
conservação da flora no Estado, sendo extremamente
relevante, ainda, a proteção da matriz abiótica da região,
representada pelo relevo, solo e água, que exercem papel
essencial na preservação da biodiversidade local.
A cobertura vegetal existente no município de Andrelândia é
integrante do bioma Mata Atlântica.
O NPA já promoveu o reflorestamento de aproximadamente 4,00
ha. (quatro hectares) da área do Parque fazendo o plantio de
mais de cinco mil mudas de espécies da flora nativa tais
como ipês, jacarandás, angicos, quaresmeiras, araucárias,
cedros, candeias etc.
Foi também implantado um viveiro para produção de mudas na
própria reserva, viabilizando o aumento da ação
preservacionista na região do Parque.
PRESERVANDO A ARAUCÁRIA
Um dos objetivos do Parque Arqueológico da Serra de
Santo Antônio é a preservação e a difusão da Araucária,
árvore em risco de extinção, classificada como criticamente
ameaçada.
Desde a criação do Parque, mais de mil
mudas da espécie foram plantadas na unidade de conservação,
muitas delas já produzindo sementes. A difusão da conífera
pela Serra de Santo Antônio já começa a ocorrer.
Segundo pesquisas do NPA, a interação entre os homens
pré-históricos e a araucária era muito forte. Os estudos
arqueológicos indicam que além de se alimentarem dos
pinhões, que são sementes da árvore, a madeira da araucária
também era utilizada para a fabricação de canoas.
Em
Minas Gerais a Araucária foi declarada como imune de corte
pelo Decreto 46.602/2014, o que demonstra a importância da
árvore e a necessidade de preservá-la.
FAUNA
Após o início dos trabalhos de implantação do Parque
Arqueológico da Serra de Santo Antônio percebe-se claramente
o aumento de espécimes da fauna silvestre na região, que
está mais protegida.
Dentre os animais existentes na região do Parque
Arqueológico, pode-se citar:
Mamíferos: Lobo Guará, Ouriço, Gambá, Mico-Estrela, Bugio,
Jaguatirica, Suçuarana, Tatu, Veado Campeiro.
Aves: Pintassilgo, Canário Chapinha, Gavião Cará-cará,
Coleirinha, Coruja, Bem-te-vi, João-de-barro, Seriema, Jacu,
Tucano.
Répteis: Cascavel, Urutu, Jararaca, Coral, Calango, Lagarto
Teiú.
HIDROGRAFIA
Na região do Parque existem várias nascentes d’água, algumas
perenes e outras intermitentes. O volume de água das
nascentes tem aumentado visivelmente após o isolamento das
mesmas e o reflorestamento da área de entorno.
As águas são drenadas em direção ao Córrego Santo Antônio,
que é afluente do Rio Turvo Grande. O Rio Turvo Grande, por
seu turno, deságua no Rio Aiuruoca e este no Rio Grande.
PRINCIPAIS ATRAÇÕES
Pinturas rupestres - Localizadas na base esquerda do paredão
rochoso, as pinturas rupestres constituem a maior atração do
Parque.
Gruta dos Novatos - O primeiro desafio para quem quer
visitar as pinturas rupestres. Trata-se de uma fenda rochosa
com cerca de 12 metros de extensão por onde o turista
aventureiro não pode deixar de passar.
Gruta do Lagarto - Beleza e aventura em seu interior.
Pedra dos Amores - Trata-se de um dos pontos mais altos
dentro da área do Parque (1.212m de altitude) de onde se
descortina uma maravilhosa vista da região.
Pedra do Gavião - Mirante rochoso de onde se pode observar
toda a área do Parque. Está a 1.150m de altitude.
Itapira - Interessante formação rochosa situada no limite
sudoeste do Parque. Em linguagem indígena, Itapira significa
"pedra empinada".
Pico - Após uma emocionante escalada por paredões rochosos,
o turista sente-se recompensado pela magnífica paisagem das
Minas Gerais. Está a 1.393m de altitude e proporciona uma
visão de 360°.
INFRA-ESTRUTURA IMPLANTADA
Reflorestamento: já foram plantadas cerca
de 5.000 mudas de árvores da flora nativa. A vegetação
original, que se encontrava muito degradada pelas queimadas
sucessivas e pelo desmatamento, está em franca recuperação.
Recepção: foi construída uma pequena
instalação para recepção aos visitantes e de apoio aos
serviços, na portaria do parque.
Estrada de acesso: foram construídos quase
2 km de estrada de terra simples, incluindo uma ponte.
Paisagismo: o projeto paisagístico do local
já está sendo implantado.
Trilhas: centenas de metros de trilhas que ainda requerem melhorias, principalmente visando a
segurança dos visitantes foram construídos para facilitar
a visitação e evitar o pisoteio da vegetação nativa.
Sinalização: placas educativas e de
orientação foram espalhadas pelo parque e seus acessos.
Vigilância: já existe um esquema mínimo de
vigilância, cobrindo parcialmente as necessidades do parque.
Cercas: as cercas foram recuperadas e vêm
sendo mantidas em condições razoáveis, para impedir a
entrada de gado, o que prejudicaria a vegetação e o trabalho
de reflorestamento.