Segunda-feira - 16/04/2012
Minas Gerais pode ganhar novo parque ecológico até a Copa de 2014

Até a Copa do Mundo de 2014, o Quadrilátero Ferrífero, que abriga 25 municípios perto de Belo Horizonte, terá um programa para valorizar a cultura, história, geologia, artesanato e patrimônio. A iniciativa, com o nome de Geopark, terá aval da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e será o segundo do país – o primeiro é o de Araripe, no Ceará. “Até o ano que vem, teremos a certificação da Unesco para implantação desse novo tipo de gestão na região”, disse o presidente do Instituto Quadrilátero, Renato Ciminelli, durante oficina de integração de ações e projetos no circuito Serra da Moeda – Serra de Ouro Branco, na sede do Ministério Público de Minas Gerais.

Província mineral mais importante do mundo em minério de ferro, o quadrilátero tem população de 3,5 milhões de pessoas e abriga 60% das águas que abastecem BH. Ao ganhar reconhecimento da Unesco, a região vai se transformar em polo irradiador de cultura e integrar rede global de turismo, geração de emprego e renda e desenvolvimento sustentável.

“O Geopark não é um conceito, mas um programa de mobilização da sociedade, com participação do poder público, iniciativa privada, universidades e comunidades. Um dos destaques será o apoio ao artesanato”, afirmou Ciminelli durante o encontro com promotores e representantes das universidades, de empresas de mineração, do Iepha, IEF e organizações. “Já temos o sinal verde da Unesco, como se fosse um pré-reconhecimento. Os auditores pediram para aprimorarmos alguns aspectos, como sinalização e maior integração de projetos”, explica.

CONSERVAÇÃO

Uma das principais frentes do futuro Geopark Quadrilátero, que tem 6,5 mil quilômetros quadrados, é o incentivo ao geoturismo, pois a região conjuga riquezas geológica, ambiental e cultural. Cortada por rodovias asfaltadas, com aeroportos e rede de hotéis e pousadas, a área é favorável à contemplação de belas paisagens, como a Serra da Moeda e o Caraça, e turismo histórico e ambiental.

O coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC/MG), Marcos Paulo de Souza Miranda, destaca a importância do reconhecimento. “O Geopark não é uma unidade de conservação, mas será um fio condutor de todas as ações empreendidas pelo Ministério Público Estadual nas comarcas, com grandes benefícios para os municípios”, diz. Explica que, além disso, será mais uma forma de proteção e visibilidade para maciços importantes como as serras da Moeda e de Ouro Branco, com sítios arqueológicos e construções históricas.

As entidades e instituições que fizerem parte da rede, como empresas, museus, sítios geológicos e áreas particulares, terão direito a um selo que garantirá visibilidade internacional. O selo vai integrar a Rede Mundial de Geoparks, que conta com mais de 80 integrantes e destaca áreas de patrimônio geológico com uso e ações sustentáveis. O continente mais avançado é a Europa, que conta com 38 unidades, a exemplo de Arouca, em Portugal, e o Riviera, na Inglaterra.

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