Em 02 de julho de 1976  o PRESIDENTE ERNESTO GEISEL esteve em Minas Gerais visitando o canteiro de obras da Ferrovia do Aço em Jaceaba. De lá ele partiu de helicóptero para Andrelândia, onde foi realizado, no Seminário São Francisco de Assis,  um encontro com  22 prefeitos da região.

Estiveram presentes os ministros Hugo Abreu, Dirceu Nogueira e o governador Aureliano Chaves.

De improviso, o Presidente proferiu as seguintes palavras em Andrelândia:

Meu objetivo principal, evidentemente, foi conhecer os trabalhos que estão sendo realizados pela direção da Engefer. Essa estrada de ferro, que nós cognominamos «a Ferrovia do Aço», tem importância extraordinária para o nosso País. Mas é muito grato para mim aproveitar a oportunidade para ter um contato com prefeitos da região. Tenho afirmado que o Governo Federal atribuiu grande importância aos municípios. O município é a base da organização administrativa, é onde realmente se pode realizar, no elevado sentido, o desenvolvimento da comunidade. Geralmente, nos municípios todos se conhecem, vivem os seus problemas em comum e é aí que se forma, depois da família, a primeira comunidade de caráter nacional. É o somatório dos municípios que, no fim, através dos Estados, forma essa coisa extraordinária que é a nossa nação brasileira. Sei que os municípios enfrentam grandes problemas.

A raiz desses problemas está na deficiência de recursos financeiros. Tenho feito o possível para ver se, com o tempo, nós conseguimos melhorar a situação. Preocupei-me, sobretudo, em aumentar o coeficiente de participação no Fundo, não só da parte dos Estados, mas também dos municípios. Esse acréscimo está sendo feito de uma forma gradativa, na base de um aumento de um por cento ao ano, de modo que essa participação, que era de cinco, passará a ser de nove por cento. A legislação dá aos municípios muito poucas possibilidades do ponto de vista fiscal. Acho que o reconhecimento dessa deficiência é uma grande coisa, porque já é um passo para que nós tenhamos sempre presente a necessidade de encontrar uma solução.

Há, também, no País, grande número de municípios que são inviáveis, que foram criados sem que tivessem realmente uma base, sobretudo do ponto de vista social, que justificasse a criação desses municípios . Mas isto não impede que se estude o problema e que se procure encontrar a devida solução. Esta era uma das coisas que eu queria lhes dizer. A outra é que vamos ter, agora, em novembro, eleições municipais. Quero dizer, nós vamos renovar não só a administração do ponto de vista do executivo, dos prefeitos, mas também do ponto de vista do Legislativo, através dos vereadores. Eu, pessoalmente, estou empenhado nessa eleição e, evidentemente, estou empenhado na vitória do meu partido, que é a ARENA. Mas isto não significa que eu também não reconheça o trabalho que o MDB realiza. Acho que todos devemos trabalhar e procurar convencer o povo de que deve participar dessas eleições, porque elas lhe interessam diretamente.

Devemos nos procupar em escolher bons candidatos. Devemos tratar de ter bons vereadores, bons prefeitos, porque a escolha de bons vereadores e bons prefeitos vai, em  parte, minorar a deficiência financeira a que aludi há pouco. Acho que nós temos que somar e conjugar estas coisas. Um bom administrador, muitas vezes, com. poucos recursos, realiza uma grande obra. Se eu pudesse lhes pedir alguma coisa, é que cooperassem nesse sentido, para que essas eleições traduzam realmente o sentimento do povo, e também para que o povo possa votar em bons candidatos.

 

Veja abaixo algumas fotos da visita presidencial a Andrelândia.