No último 14 de julho de 2012 integrantes do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas do Alto Rio Grande (NPA) visitaram as escavações arqueológicas na Lapa do Santo, no município de Matozinhos, região de Lagoa Santa-MG, onde estão sendo encontrados os vestígios arqueológicos mais antigos das Américas.

No local já foram identificados os restos mortais de 28 homens e mulheres do período holoceno (últimos 10 mil anos). Agora, o principal objetivo de 35 profissionais é localizar e exumar ossadas de contemporâneos de Luzia (esqueleto mais antigo das Américas), cujo achado revolucionou a literatura da pré-história no continente, uma das teses que era descartada até aquela época foi a de que habitantes da região teriam convivido com a chamada megafauna, como preguiças gigantes e tigres dente-de-sabre.

A pesquisa tem especial enfoque na caracterização das práticas mortuárias dos caçadores-coletores pré-históricos da Lapa do Santo e também em “marcadores” biológicos existentes nos esqueletos e que podem explicar melhor a forma de vida dos povos que viveram na região, tais como as fontes de alimentos,  modo de vida sob a ótica das atividades físicas, existência de doenças etc.

A equipe do NPA foi extremamente bem recebida pelo coordenador do projeto André Strauss, do  Instituto alemão Max Plack, que lidera o grupo que conta com arqueólogos, geógrafos, historiadores e biólogos da própria entidade europeia, da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Após conhecerem as escavações e tomarem conhecimento das recentes descobertas, os membros do NPA visitaram o Parque Estadual do Sumidouro, onde foram guiados pelo gerente Rogério Tavares e fizeram uma caminhada de 2 km, passando pelo painel rupestre da Lapa do Sumidouro, região em que Peter Lund descobriu, na primeira metade do século XIX,  ossadas humanas contemporâneas de esqueletos da megafauna extinta, o que revolucionou o  conhecimento científico da época.